domingo, 4 de outubro de 2015

O VILAREJO (Raphael Montes)

Um livro de contos macabros, surreais e arrepiantes. Denonimado "romance fix-up", acredito que tenha essa denominação por se tratar de narração de terceira pessoa, sobre vários personagens que tenham algo em comum entre si (um local, um acontecimento, etc). Mas... não tenho certeza, uma vez que não encontrei em lugar nenhum uma definição precisa do que seja "romance fix-up". Neste caso, naturalmente, o lugar comum seria o Vilarejo. O fato é que, embora guardem relação entre si, os contos não precisam seguir uma ordem, podem ser lidos aleatoriamente. Assim, temos várias pequenas histórias (contos) que, juntos, acabam se transformando em algo maior (romance), segundo a vontade do leitor (ler aleatoriamente ou sequencialmente). Enfim, os contos são ótimos, o escritor brasileiro atual que mais apreciei e que recomendo sem medo para quem gostar do genero. Interessante que um dos contos deste livro, o "Banquete", (muito bom por sinal) acabei encontrando num outro livro do autor, "O sorriso do homem mau e outros contos policiais".
Sinopse: Em 1589, o padre e demonologista Peter Binsfeld fez a ligação de cada um dos pecados capitais a um demônio, supostamente responsável por invocar o mal nas pessoas. É a partir daí que Raphael Montes cria sete histórias situadas em um vilarejo isolado, apresentando a lenta degradação dos moradores do lugar, e pouco a pouco o próprio vilarejo vai sendo dizimado, maculado pela neve e pela fome. As histórias podem ser lidas em qualquer ordem, sem prejuízo de sua compreensão, mas se relacionam de maneira complexa, de modo que ao término da leitura as narrativas convergem para uma única e surpreendente conclusão.

Comente

Postar um comentário

Agradeço seu comentário. Peço a gentileza de observar as regras de urbanidade e respeito.