sábado, 27 de junho de 2015

UMA QUESTÃO PESSOAL (Kenzaburo Oe)

Não posso afirmar que as narrativas japonesas são uma predileção minha, entretanto, de um modo sutil o livro fala de renúncia, de redenção, de amadurecimento pessoal. Singela e, de certa forma poética, a narrativa me pareceu crua, venal, simplista demais. Para meu gosto particular falta um pouco de entrelinha, um tiquinho que seja de nebuloso, a sofisticação de uma dose de malícia a conferir à leitura menos obviedade, a impedir a previsibilidade do desfecho.
SINOPSE: Em 1964, o romancista japonês Kenzaburo Oe recebia a notícia de que seu primeiro filho nascera com uma anomalia cerebral. É a mesma situação enfrentada pelo protagonista de Uma questão pessoal , o professor Bird. Aos 27 anos, ele leva uma vida medíocre, bebendo pelos bares de Tóquio e sonhando com aventuras no continente africano. A gravidez da mulher acrescenta angústia ao cotidiano de Bird. A idéia de que será pai e chefe de família faz com que se sinta condenado à vida cotidiana. Para piorar, depois do parto, os pais descobrem que a anomalia cerebral fará o menino ter uma vida vegetativa. Bird não suporta a possibilidade de se ver atrelado para sempre a um filho anormal. Passa, então, a desejar a morte da criança. Aos poucos, porém, ele se dá conta de que a crise era uma oportunidade. Bird deve percorrer um longo caminho de conquista da realidade, enfrentando os desafios de amadurecimento da vida adulta.

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