Trata-se de uma bonita e dificil história. Um relacionamento bastante
complicado entre uma senhora de 40 anos e um rapaz de 25 anos, que sofre
retardo mental. Na realidade, por conta da situação do rapaz, o
relacionamento é bem simples, do tipo pão-pão queijo-queijo, complicado
mesmo são as implicações desse relacionamento, o preconceito e o
desconforto que ocasionam. Uma interessante maneira de olhar e, para o
leitor atento, um bonito aprendizado.
SINOPSE: Artamon, bairro de classe média em Sidnei, Austrália.
Mary Horton, solteirona, na casa dos quarenta. Rica, porém simples e
solitária, acredita não necessitar de amigos, tampouco de um amor. Vive
bastante satisfeita em seu confortável lar com um amplo jardim e um
imponente Bentley estacionado na garagem. Sem contar a casa de praia,
que adquiriu com o fruto do seu trabalho e dos investimentos realizados.
A literatura e a música ajudam-na a preencher a solidão. Mary não
aspira a coisas que não conheceu.
Tim Melville, vinte e cinco anos, operário inexperiente, filho de Ron e
Esme Melville, que o receberam como uma dádiva para o seu tardio
casamento. Tem o rosto, o corpo e a graça de um deus grego. Embora
belíssimo, está longe de possuir um intelecto em harmonia com o físico
deslumbrante.
Todavia, Ron e Esme, operários simplórios, pessoas sensatas e sem
ambição, o amam pelo que ele é. O casal o preparou para viver segundo as
suas possibilidades. Tim é um sujeito insignificante que trabalha na
construção, infatigável e bem mais esforçado do que os companheiros. Os
dias de trabalho pesado e os fins de semana são passados com o pai num
bar; as noites em casa, ao lado da família assistindo à televisão. Para
ele, uma vida segura e tranquila.
Tim é tão maravilhoso de se admirar que Mary Horton não consegue
acreditar nos próprios olhos ao vê-lo, pela primeira vez, trabalhando na
reforma da casa ao lado. A vizinha, pessoa franca e de bom coração, foi
quem a alertou tanto para a doçura quanto para as graves limitações do
rapaz. Mesmo assim, Mary o contrata para trabalhar como seu jardineiro
nos fins de semana e descobre que, usando apenas um pouco de delicadeza,
é possível extrair tudo do rapaz. Isso é novo para ela, como também o é
a afeição que sente, um tipo de sentimento maternal que destinaria ao
filho que nunca teve. Tim também lhe ensina muitas coisas, entre outras a
ver o verdadeiro mundo com olhos novos e otimistas.
Um idílio em que ambos dão e recebem muito, mas que infelizmente se
modifica, como acontece com todos os idílios...
Uma história de singela e suave beleza, de inesperados acontecimentos
que tanto tocarão os leitores como os surpreenderão.
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