domingo, 26 de agosto de 2012

DE COSTAS PARA O MUNDO - Retratos da Sérvia (Asne Seierstad)

Gosto do estilo da Autora, que nos traz um livro que não é exatamente uma reportagem. Dá sempre a impressão de que nos conta suas visitas a amigos. Seus personagens têm voz ativa e nos são passados sem verniz, dentro da realidade que enfrentam, com seus lamentos, suas alegrias, seus fracassos. A autora se permite ser neutra e com isso permite ao leitor a formação de sua própria opinião sobre o momento narrado. Muitas noticias foram trazidas, pelos meios de comunicação, sobre a Bósnia, Croácia, Sarajevo, enfim, todo aquele pedaço da antiga Ioguslávia. O que a autora faz é trazer-nos os habitantes desses locais, situando-os nesse momento da história de seus países, para dar ao leitor uma outra visão, a do povo, raramente exposta na midia.
SINOPSE: Depois do sucesso estrondoso de O livreiro de Cabul - ainda entre os 10 títulos mais vendidos no país -, e de 101 dias em Bagdá, a norueguesa Åsne Seierstad retorna com De Costas Para o Mundo, obra que se tornou sucesso mundial como os dois primeiros. Nele, a jornalista constrói uma narrativa emocionante sobre as pessoas marcadas pelo mais sangrento conflito ocorrido no coração da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial: a guerra da Bósnia, que devastou a Iugoslávia na década de 1990 e culminou em sua dissolução.
Åsne nos descortina um país marcado pela diversidade religiosa e cultural, habitado por católicos ortodoxos e muçulmanos. Conta como vizinhos antes pacíficos encheram-se de ódio uns pelos outros, perpetrando uma sucessão de guerras. Como repórter, Åsne cobriu a guerra e os ataques aéreos da Otan contra o país. Alguns anos mais tarde, em 2000, movida pela curiosidade acerca de um povo que começou guerra após guerra, sem vencer jamais, ela retornaria a Iugoslávia.

2 comentários:

  1. Parabéns San! É uma resenha/sinopse que nos emociona e instiga à próxima leitura. "de Costas para o Mundo" pertence àquelas categorias de livros que, mesmo na dor, são vivências que precisamos conhecer para não perdermos o sentido da paz e do amor.
    Bjão carinhoso.

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    1. Obrigada Ana Maria, vindo de você é um grande elogio. Eu me entristeço ao ver quantos leitores não entendem a dinâmica do livro e a intenção da autora. Buscam um livro cheio de ação, chamam o livro de arrastado, sem compreenderem que se trata de um documentário sobre, exatamente, a falta de colorido e de esperanças de um povo que foi destroçado por uma guerra insana.

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